sexta-feira, 24 de maio de 2013

Em retrospectiva #2

Não consigo evitar a sensação do "está a acabar".
Nem controlar a ânsia de passar pelo último esticão sofrido para lá chegar. Ao fim.

Não deixa de ser um fim, como não deixa de ser um novo principio.
E eu vivo para isto. Para a mudança.

Mesmo que esta me custe mais porque é o primeiro grande sonho de longa duração que concretizo.
Acabar a licenciatura é um sonho que tenho desde que me lembro de mim mesma.

Quando desisti do meu primeiro curso, custou-me muito mais do que a decepção custou àqueles que me apoiavam e torciam por mim. Custou-me porque, pela primeira vez na minha vida, estava a desistir de um sonho. Torturei-me muito e, em parte, perdi-me nos meus objectivos.

Sair e de casa e entrar num curso completamente diferente motivou-me.
Nunca consegui estar sempre no mesmo sítio e a fazer a mesma coisa.

Por isso espero o fim ao mesmo tempo que me custa vê-lo chegar.
Até agora não consegui ver no futuro um objectivo tão importante para mim quanto este.
E ao mesmo tempo, cheguei ao ponto em que me cansei, em que preciso novamente de algo novo.

Hoje, verdadeiramente, percebi a próxima coisa que quero.
E não é de todo o que eu esperava de mim há uns quantos anos atrás.

Sempre pensei que fosse meter o sucesso profissional à frente de tudo.
Mas agora, o que realmente quero, é um espaço meu, uma casa minha, uma família minha, uma vida minha.
Quero verdadeiramente cortar o cordão umbilical e deixar a minha posição de filha e encontrar-me enquanto uma mulher independente. E quero mesmo que seja ao lado daquele que não consigo deixar de considerar como o amor da minha vida.

Eu amo a minha família, eu amo os meus pais. Mas sei que o meu lugar já não é debaixo da asa deles.
Está na altura de me garantir a mim mesma para, mais tarde, poder cuidar deles. Quero mesmo libertá-los do peso de ser pais para somente terem o prazer de o ser. Quero ser a primeira filha crescida deles.

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