"Há distâncias e distâncias.
Algumas sentem-se mais.
Mesmo que a medida em metros seja igual.
Se antes a sentia, não a sentia como sinto agora.
Antes podia ouvir-te. E tu podias ouvir-me a mim.
Passávamos o dia a trocar sms, como se estivesses já ali na cidade ao lado.
Quase como o resto das nossas famílias.
Conseguia partilhar-me.
Tu conseguias partilhar-te, mesmo sendo reservado.
Sabemos mais um do outro do qualquer outra pessoa.
E se o teu toque, se o teu gesto, se o contacto físico faz tanta falta que doí...
Mais falta faz ainda a ausência de ti num todo.
Podíamos não ter tudo, mas tínhamos algo.
Agora faltam dois meses e meio.
Em que só nos podemos ouvir um ou dois dias por semana.
Em que podemos, mas não aguentamos o cansaço.
Em que ansiamos a hora de parar e trocar duas ou três mensagens.
Dois meses e meio.
Os segundos passam e os ponteiros do relógio magoam-me a cada segundo.
Sei que no fim podemos ter tudo.
O tempo, a atenção, a disposição e, finalmente, o mesmo solo debaixo dos pés, a mesma cama onde dormir."
Se eu lhe pudesse dizer algo longo e se eu o pudesse preocupar, era isto que dizia.
Assim só lhe digo um curto amo-te e conto fugazmente como me magoei ao dar um pontapé na porta do quarto. Sabemos bem que não é a dor física que dá cabo de nós.
Na Sexta falamos.
*Forcinha!
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